20121209

1001 reflexos de 1000 reflexos




Todos sabem que existem fotos que sob determinado ângulo reflectem supostamente até ao infinito a imagem fotografada e encarcerada num jogo de reflexões.
Cada uma dessas brincadeiras de criança sob determinado ângulo mostra mais que a sua cópia e geralmente é a primeira ou a última a revelar ao olhar um pormenor escondido nas outras ofuscadas pelo seu gradual albedo.

A biologia evolutiva tem sido um fabuloso campo de saber um pouco descurado pela vox populi tendo em conta a sua aplicabilidade imediata por contraste com outras áreas científicas. Parafraseamos Descartes, cada um acha-se bem munido de bom senso e inteligência, o suficiente para descurar o mester alheio, e em parte é disso que se trata neste tutorial em como repetir planeadamente o que é causa de muito sofrimento para grande parte dos homens. Serem abandonados pela vulva que se havia colocado no centro do seu sistema solar.
Veio-me a ideia em concreto a partir do mais cliché uqe é possível encontrar tendo em conta o espécime visado.
O filme 'romântico' com a Kate Hudson, sobre como perder um homem em não sei quantos dias.
Achei perfeito pela ironia aplicada ao espécime que vive com a narcótica imagem de si reflectida num lago como a personagem do mito.
Pensei eu que a suprema ironia seria reconfirmar a mim e ao espécime que por mais excêntrico que pareça aos olhos de si mesma, não passa do mesmo barro que nos faz a todos membros de uma 'Humanidade'.
Tudo isto demasiado rebuscado afinal para ser apreensível senão por mim.
Fica a memória da piada, apenas para mim, até porque o ego tem uma função automática de protecção que impede qualquer reconhecimento de falha. O que acaba no fim de contas de ser o ideal, apesar de a doce tentação de esfregar na cara a doença dos outros ser tão aprazível, até para mascarar a minha própria doença.

O espécime, mutatis mutandis pertence a uma geração urbana demasiado efeminada e sobre polida, demasiado bem encaixada num mundo de conformação e convencionalidade negativa, entendendo-se por isto, uma convencionalidade que é ostensivamente anti convencional e que no final de contas faz parte de um largo mainstream ou daquele mainstream que se quer considerar minorstream mas é ainda mainstream. Neste minorstream escuta-se a música que o menor número escuta, ou olha-se para os filmes que o menor número ou apenas uns selectos poucos olham.
Cria cada um e uma, uma imagem de si próprio, politicamente correcta, sem ângulos, sobre ideiais bacocos e assentes em nacional porreirismo, que sob determinado ponto de vista, são uma versão delicodoce de cinismo. Alguns amam defender os fracos nem que para isso ataquem todos os outros, alguns adoram diferenciar-se da manada através da especialidade do seu ser, seja através do grupo de amigos cultivado, das diversas cores de cabelo estivais, da ininteligibilidade dos gostos que gostam de mão dada, ou na colecção de lugares comuns com que por vezes tentam insultar os outros quando os contrariam ou atacam a sua zona de conforto.
Esta civilização suburbana pensa as traves sobre que repousa, analisa-as deifica-as até ao ponto de se achar a o pináculo da sofisticação e civilidade, sendo até divertido olhar e provocar a instabilidade das mesmas, pois nem sequer tocam nas paredes que as deviam suster, mas como náufragos preferem ir ao fundo agarrados a barrotes podres.

O caro leitor ocasional, pode até ser um destes sujeitos, será fácil saber, pois a minha escrita é geralmente por eles tomada como algo de mau gosto, pois não sou correcto, nem politicamente nem esteticamente, nem o quero ser. Não confundo maturidade com a capacidade de não cometer as infantilidades que vão na cabeça quando brinco aos adultos, nem honestidade com projectar uma imagem que quero que os outros pensam de mim.

Esta civilização do chá com verniz, dá palmadinhas nas costas uns dos outros, compõem uma sociedade secreta até para eles mesmos, de purga das energias negativas, e do positivo forçado, são sociáveis em festas regadas a bebida destilada e por não conhecerem mais que o próprio umbigo acham que são um poço onde brota originalidade. O espécime analisado havia recolhido ao longo do tempo, nem um zé ninguém na sua lista de cama, nem um gajo normal, apenas pedaços de puzzle que em maior ou menor grau se encaixam na pintura escolhida para verdadeira, tão amena para a auto-estima.
Nem todos seriam funcionais, teriam de ter defeitos humanos qb para dar um aspecto de veracidade do que seja a condição humana, toxicodependência, carência afectiva, ciúmes, libertismo, e como eu costumo dizer, neste caldo, não traz sabor uma batata normal. Quem sempre escolheu comer desta sopa não se espanta com sabores convencionais. Foi aí que comecei a retalhar. Sabia que projectava uma imagem de algum fascínio ou distância, pela não convencionalidade do meu discurso, e a assertividade com que o mantenho. Cedo comecei a perceber que esse fascínio se reduzia até distâncias de controlável à medida em que a fêmea dava mostras de me controlar com a sua sapiência com pés de barro. Tinha tido semelhante experiência com Lúcia, que enquanto não entrou para a Universidade me ouvia com deleite fabular, e quando entrou, já debatia com certezas de assuntos que não conhecia, e quando terminou já desvalorizava por completo o discurso alheio pois o que se procura não é o saber, mas uma bengala para a nossa auto estima.
Mesmo que nada tenha mudado a não ser o nosso tempo de dedicaçao aos assuntos que o outro relativiza.
Caro leitor assente:
Proposição número 1:
Não interessa o que se diz, o conteúdo da mensagem, mas sim o que projecta ser.
Comecei a perceber o completo desdém por assuntos que identifiquei como meus e desde logo percebi que o espécime era 'damaged good'.
Reagi de acordo, respondia a mensagens com cada vez menos tempo de espera para a interlocutora, valorizava o seu conhecimento e saltava pelos seus loops como caniche bem comportado e submisso, sem deixar de perder a provocação de modo a fazer durar a tensão o suficiente para lhe traçar o perfil.
O passo natural seguinte seria claro, exigir-lhe companhia, e confessar a minha necessidade visceral da mesma, colocando no seu campo a decisão de satisfazer essa condição. O resultado é óbvio, cede à mulher ou a outro estímulo externo a faculdade de te alterar o ânimo e com toda a certeza vais cair com os burros na água. As mulheres fartam-se demasiado rapidamente, a não ser que tenham uma cenoura em frente ao nariz. O primeiro passo foi abdicar da ascendência temática e vulgarizar-me, a segunda jogada seria revelar-me igual a tantos outros coninhas que ela manipula pelas discos desta capital, o terceiro foi mostrar-me como satélite da sua orbe celeste, o quarto seria então impor a minha presença, fosse através de convites, de sms, de textos e videoclips, de presença pronta e constante, e de cartas para o trabalho. Tinha de retirar toda a folga ao espécime para o mesmo poder agir da forma mais aborrecidamente convencional que lhe fosse possível.
Proposição número 2:
Menos é mais, a mulher racionaliza menos, e o seu foco de atenção também é menor, portanto não a tentes impressionar com a tua intelectualidade ou os teus profundos insights, mesmo que ela te diga que é isso que procura, pois vais ficar a anhar.
O que por arrasto leva a outra conclusão:
Proposição número 3:
Não interessa o que ela diz.
A mulher diz aquilo que pensa que sente mas a maior parte das vezes lógica e hipotálamo exprimem coisas diferentes. Temos a tendência de achar que as mulheres funcionam ao mesmo nível de abstracto que os homens. A mulher é extremamente mais complexa, e uma das provas é a desproporção dos números de fêmeas em actividades esotéricas, a mulher adora tudo o que não consegue explicar, nesse caso é como a hiena que só respeita o que que lhe é mais alto, ou como a iguana que só come ou ataca o que lhe cabe na boca.
O trabalho de despolimento não teria sido completo sem a minha própria humilhação, e colocação no polo oposto aos dos machos tipo da zona de conforto do espécime.
A dita humilhação veio através da discussão constante ante os testes que naturalmente me lançava, rebate ponto a ponto, sentimentalismo exacerbado, admissão de culpa, pedidos de paciência, tiradas jocosas facilmente identificaveis como inseguras, e acima de tudo expressões de necessidade de auto justificação, que começam imediatamente a surtir efeito assim que o espécime se desinteressa da minha área temática, e eu carrego no acelerador.
Revela que estás longe de todos aqueles que ela frequentou, ela irá ser lacónica para que te esforces na roda da gaiola, e quando te quiser magoar vai dizer que detesta o que fazes, só que se referindo a ti no plural, metendo-te no mesmo saco. Vai-te dizer que é honesta, frontal e que espera o mesmo, traduz isso exactamente como o contrário, o fumo é só para te manipular emocionalmente, mesmo que ela se veja assim a ela mesma. Em experiência anterior, Susana que lhe era tão parecida, também sustentava ser a pessoa mais frontal do mundo, mesmo quando era apanhada a mentir. Não sejas moralista em relação a isto. A função da mulher é perceber do que és feito, vai-te inconscientemente lançar testes e desafios para ver como te moves, não tentes correr atrás do prejuízo, mantém-te no teu curso mesmo que ameace com a perda do prémio, e o prémio é a vagina. Relembra-te da proposição número 3.
Proposição número 4:
A mulher usa e abusa do seu poder sexual.
Se pensarmos que a mulher desde os 14 anos quando começa a desenvolver maminhas, recebe cerca de 4 piropos por dia, ao fim de um ano recebe 1460; aos 24 anos recebeu 14600 e aos 34, 146000.
Pensa sobre isto. Em 20 anos de gajos com mais ou menos rebarba, mais ou menos verve, achas que vais fazer alguma diferença tentando impressioná-la?
Que achas que fez ela em 146000 abordagens ou cumprimentos? Aprendeu a usar o seu corpo, a sua promessa de sexualidade, e a criar defesas e estratégias de manipulação. Também raramente funciona como nos filmes, em que compensa ser puro e honesto, a maior parte das vezes vais servir de foca bébé nos dentes da orca. Mais uma vez, se queres que ela jogue joguinhos contigo, elogia-a, pergunta-lhe o que quer dizer com x, pede-lhe para debaterem as ideias de filme a ou vídeo b, mostra que estás imbuído em participar no rodeo onde ela carrega nos botões. É meio caminho andado a não ser que ela não tenha stock suficiente de pilas pedestres para te substituir.
146000 oportunidades para refinar a sua influência sobre o sexo oposto, achas que é uma arma que vai desprezar? Nem o Michael Jordan teve tantas oportunidades de treinar os triplos.
Ela irá jogar os timings, prometer e depois retirar, deixar innuendos e promessas adiadas, far-te-á correr ou parar, basta que te desligues do resultado, ou seja do prémio, para que vejas claramente a teia que ela tece para que te percas dela assim que cais. Apenas pertencerás a uma dita elite se te desligares do resultado, do prémio, da possibilidade de uma repetição mecânica em que vazas as gónadas usando o seu corpo, se te desligares da ideia futura de foder. Assim serás diferente de todos os básicos que a elogiavam enquanto ninfeta e que agora lhe gabam as fotos artísticas com elogios new age.
Só assim mostras que as estratégias que desenvolveu foram em vão contigo.
Mas há sempre um nível onde podes ir mais fundo, tenta jogar o seu jogo com ela, tenta manipulá-la psicologicamente, num jogo em que perderás inexoravelmente.
Tenta fazê-la sentir diferente por não sentir, debalde, apenas serás interpretado como mais um coninhas ressabiado por a não poder comer. A partir do momento em que estás em suspenso da sua decisão para a cópula, perdes validade. Ela apenas terá de saber gerir, a não ser que queiras levar o jogo até à bancarrota só para pintares o novo esboço de mundo da excentricidade convencional e aborrecida. Que ela nunca aceitará pois a tal válvula de protecção do ego vai-lhe dizer que o quer que seja que digas nada tem que ver com ela porque tens mau perder porque a queres comer.
Portanto mesmo que queiras jogar perdes na mesma.
Proposição número 4:
Escolhe bem e exactamente para o que queres, a fêmea que receberá a dádiva da tua atenção.

Escolher fêmeas com lastro, ou seja, fêmeas cuja história ou passado traumático te fazem grão de poeira em cintura de asteróides cósmica, é uma batalha perdida antes de começar. Não te sintas impelido a salvar com o teu sacrifício, mulheres que ainda dormem com os ex à noite, e não me refiro a dormirem fisicamente. A 'gasteza' de cada mulher, para com a vida, as relações, não é o resultado apenas de uma longa experiência mas sim de um ressabiamento de as coisas não terem corrido como ela gostaria, o que denota que se te perdes por uma gaja que achas que te vai dar uns fodões na cama, o mais certo é seres usado para isso mesmo, ou então vais ter apenas uma mulher a fazer a revisão ao clitóris. Vais ter gajas gastas a chamarem-te de imaturo apenas porque lhes apontas a patologia conhecida como sindroma da desafectação, que se caracteriza por uma mimese de entrega só para justificar o facto de precisarem de foder. Efabulam motivos para tu seres o escolhido, não te percas esses motivos não são para ti, são para elas se convencerem a elas mesmas. Lê a proposição número 1 e não tentes convencer das qualidades que ela te imputa, aquilo é um monólogo.
Vários objectos de estudo analisados já comprovaram este loop que é apenas sinal que estás a falar demais. A ceder.
Quando isso acontece coloca-te alerta, desliga-te do resultado.
A não ser que estejas a experimentar, e nesse caso insiste para que a coisa morra mais depressa.Porque vai acabar por morrer.
A seguir a uma mulher vem uma mulher, o mesmo com um homem, há em quantidades industriais. Não te prendas, nem te deixes cair na 'gasteza' em que ficas presa ou preso aos astros do passado. Vai-te foder a vida sexual e emocional no futuro.
Não tentes resgatar o teu possível parceiro ou parceira com números de circo ou flashes antes sendo melhor a deixares essas pessoas entregues à sua própria 'maturidade', solidão, e desadequação de afectos. Eu sei que parece cruel, mas pior que um traumatizado só dois, e se te arrastas por lá muito tempo, vais ficar politraumatizado, politraumatizada. A não ser que estejas a fazer um estudo, e nesse caso já não há cura para ti.
Foge de pessoas que não demonstram pensamento próprio, ou que são sobranceiras com o teu só porque não faz parte daquilo que é fino achar de bom gosto. Já o havia referido, mas vai-te neste caso obrigar a focar na cona, porque é o que passa a importar mais já que náo é possível obter conversas inteligentes não manipulatórias, ou realmente sentidas. Quando a cona passa a centro de gravidade, perdes o equilíbrio pois deves ler a proposição número 4, e não cedas o teu poder a ninguém.
Perder tempo com joguinhos de vingança, não deixa de ser perder tempo. Caga nisso. Deixa cada um entregue à sua magnética personalidade. Dá um caldo na tua cabeça se fraquejaste na tua vaidade e quiseste jogar o jogo e fazer a análise do jogo. Apesar de não ser um erro porque no mínimo revês matéria, é perda de tempo.
Acima de tudo, deixa a pessoa com quem te envolveste, ou melhor ou no mínimo na mesma, que quando a encontraste.
Não vale a pena andar a criar por aí mais politraumatizados. Arranja uma desculpa e um fingimento para terminar algo que nunca floresceu, especialmente quando sabes que foi um jogo jogado a dois ainda que ela ou ele te tentem convencer que são 'puros'. É perda de tempo, e cada um tem direito a viver com a visão da vida com que se agrilhoou.
Não jogues jogos, mesmo que estejas a fazer uma experiência científica. Vais acabar por ter de arranjar um fingimento para te libertares de teia que ambos teceram e fica sempr algo colado nos dedos.
Não jogues, mesmo que gostes de estudar psicologia humana.

A biologia evolutiva tem sido um campo de saber negligenciado, e seu estudo pouparia alguma dor existencial, e reduziria o consumo de Prozac e quejandos.
Isto implicaria a dificílima aceitação de que a Metafísica é inexorável e que as coisas são assim mesmo e não de outra maneira.
De forma mais concreta a relação entre homens e mulheres revela claramente duas forças que concorrem para o mesmo objectivo, mas que a individuação revela como crueldade.
No cômputo geral o mecanismo copulatório da população funciona, o indivíduo é que o torna absoluto.
Por mais interessante que sejam as nuances de indivíduo para indivíduo, no meu caso de mulher para mulher, o acto sexual sendo negado tem uma dimensão espiritual semelhante à do suicídio.
Para se nascer de novo é preciso morrer primeiro, e assim sendo, cada escolho no caminho se torna um degrau de luz em direcção à iluminação.